sábado, 7 de janeiro de 2017

POVO DE COMPLOLÂNDIA

De tanto ouvir a gritaria do pessoal da esquerda brasileira, o que fazem muito bem e com muita coordenação, resolvi tentar entender e estudar seus argumentos e ideias. Procurava encontrar provas razoáveis a respeito de suas denúncias e ao mesmo tempo compreender termos que eles adoram utilizar, como fascista.

Longe de me tornar um expert, acredito que não é difícil para qualquer um que realize semelhante experiência concluir que não existe qualquer possibilidade de conciliação entre eles e qualquer pessoa que defenda o capitalismo. Não sei se ocorre o mesmo com as esquerdas de outros países, pois acredito que há peculiaridades regionais. Mas nossa esquerda tem por realidade um mundo paralelo, como se fosse outro planeta, cujo nome batizei de Complolândia.

Para ajustar e justificar todas as encrencas que seus dirigentes e ídolos são pegos praticando, partem do principio que todas as instituições são viciadas: tribunais de justiça, promotorias, polícias, jornais e quaisquer meio de comunicação, repito, por definição na realidade de Complolândia, são parciais e comprometidas com seus inimigos. Normalmente os capitalistas que detém o poder há séculos. Essa também outra verdade por definição. Isso aplicado a todas esferas do governo: federal, estadual e municipal.

E não param aí, pois além de parciais e a serviço dos donos do poder capitalista, elas se juntaram num grande complô - daí o nome do planeta que inventei pra eles - numa grande conspiração para denegrir, perseguir e exterminar qualquer tipo de atitude proveniente de seus pares. Principalmente para derrubar e perseguir seus ídolos. Então não há como argumentar com eles pois, por premissa do mundo em que mentalmente vivem, todas as afirmações e provas levantadas contra seu grupo são viciadas e portanto inválidas. Em Complolândia, se necessário, essa conspiração pode ser até mesmo internacional, envolvendo instituições de vários outros países, desde que publiquem ou emitam por qualquer forma opinião contrária às necessidades ou interesses do povo de Complolândia.

Pelo que entendi do que pesquisei, o fascismo tem por característica ser o único dono da verdade e massacrar a oposição - literalmente. Sendo assim, todos que não pensam como os detentores do poder num regime fascista são pessoas desprezíveis que só querem o mal para a população, são os outros, são os inimigos. Engraçado que é justamente esse o tipo de comportamento que mais me chama atenção na nossa esquerda, ou em outras palavras: eu vejo seu comportamento claramente como fascista.

Mas essa é outra característica que descobri em minha pesquisa que reforça qualquer impossibilidade de se encontrar um meio termo entre nossa esquerda e "os outros": normalmente tudo o que nossa esquerda acusa seus inimigos de serem ou fazerem, também é exatamente o que o outro lado pensa deles. Ou seja, temos duas partes acusando uma â outra como se se olhassem num espelho.

Assim, a esquerda brasileira se auto-alija de fazer parte daqueles que tentam encontrar soluções e saídas para o país, pois só aceitariam participar do "seu" país, no planeta de Complolândia.