A opção pelo
subdesenvolvimento
Gustavo Ioschpe - VEJA n. 1971/2006
subdesenvolvimento
Gustavo Ioschpe - VEJA n. 1971/2006
"Diferentemente
do palavrório de alguns, os
trabalhadores brasileiros não ganham pouco
por ser vítimas de uma elite branca e má, mas
por ser pouco produtivos. São assim porque
a escola falhou com eles"
trabalhadores brasileiros não ganham pouco
por ser vítimas de uma elite branca e má, mas
por ser pouco produtivos. São assim porque
a escola falhou com eles"
Autor: Gustavo Ioschpe. A situação educacional brasileira é trágica. Poucos discordam
dessa constatação. Muito poucos se perguntam por que isso é tão ruinoso e,
ainda, por que é tão mais desastroso agora. A primeira e mais óbvia resposta
seria: porque estamos privando uma enorme fatia da nossa população dos
conhecimentos mínimos necessários para uma vida engajada, consciente, livre e
produtiva.
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É impossível a um país desenvolver-se no século XXI quando sua
população ainda não resolveu problemas do século XIX. A comparação não é exagerada.
Ainda não conseguimos ensinar nossas crianças a ler e a escrever, coisa que
outros países já fazem há mais de 100 anos. O resultado final é termos só 26%
de nossa população de 15 a 64 anos plenamente alfabetizada. A má qualidade do
sistema – e não a falta de vagas – faz com que só 20% de nossos jovens cheguem
à educação superior. Países como Coréia do Sul, Finlândia, Estados Unidos e
Noruega já passaram dos 80% – quatro vezes mais, portanto. Os outros países
desenvolvidos têm taxas próximas de 60%. Chile, Argentina e Uruguai estão na
casa dos 40%. A China assusta ainda mais: foi de 6% em 1998 para quase 20%
agora.
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De 1980 a 2000, por exemplo, a Malásia aumentou seu número de matrícula universitária em 539%, a Coréia em 429%, Portugal em 368%, o Chile em 202% e a média dos países da OCDE em 146%. O Brasil? Só 45%. É muito em termos absolutos, mas muito pouco ante o que acontece no resto do mundo. Vamos ficando para trás. E, em um período de enormes e rápidos avanços, cada etapa perdida torna a tarefa de equiparação exponencialmente mais difícil. Se persistirem as tendências recentes, em breve não estaremos batalhando pelo acesso ao Primeiro Mundo, mas, sim, para nos mantermos no estágio de subdesenvolvimento atual. Nas décadas de 70 e 80, fomos ultrapassados pelos Tigres Asiáticos. Nos anos 90 e atualmente, assistimos inertes ao forte crescimento de China, Índia, Chile e Europa Oriental. Onde estaremos daqui a vinte anos? Competindo com a África? Gabando-nos de que nosso maravilhoso solo é mais rico que o da Antártica?
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VEJA O TEXTO COMPLETO NO ENDEREÇO ACIMA
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De 1980 a 2000, por exemplo, a Malásia aumentou seu número de matrícula universitária em 539%, a Coréia em 429%, Portugal em 368%, o Chile em 202% e a média dos países da OCDE em 146%. O Brasil? Só 45%. É muito em termos absolutos, mas muito pouco ante o que acontece no resto do mundo. Vamos ficando para trás. E, em um período de enormes e rápidos avanços, cada etapa perdida torna a tarefa de equiparação exponencialmente mais difícil. Se persistirem as tendências recentes, em breve não estaremos batalhando pelo acesso ao Primeiro Mundo, mas, sim, para nos mantermos no estágio de subdesenvolvimento atual. Nas décadas de 70 e 80, fomos ultrapassados pelos Tigres Asiáticos. Nos anos 90 e atualmente, assistimos inertes ao forte crescimento de China, Índia, Chile e Europa Oriental. Onde estaremos daqui a vinte anos? Competindo com a África? Gabando-nos de que nosso maravilhoso solo é mais rico que o da Antártica?
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