DUPLICAÇÃO BR-153 EM RIO PRETO/SP
Finamente vão duplicar a BR-153
no Estado de S. Paulo.
Não em toda sua extensão, apenas
em algumas partes, como no trecho urbano de São José do Rio Preto. Mas já ajuda
bastante.
O nosso trecho paulista da BR-153
é o único que possui pedágio, privatizado pelo governo Lula em fevereiro de
2008, e é o último que vai receber a pista dupla. Muitos outros trechos, nos Estados
de Goiás e Tocantins, já são duplicados e não têm pedágio. Os últimos editais
preveem a obrigação da concessionária vencedora em duplicar o trecho
administrado. Isso não era óbvio?! Parece que não.
Lá se vão 6 anos de lutas
com a concessionária e o governo federal. Uma luta que começou muito antes da
privatização feita por Lula, pelo menos 10 anos antes. Nada de novo no nosso
Brasil. Tanto que o principal jornal da região há muitos anos começa qualquer
reportagem a respeito com o tema “Novela”. Virou a mais longa novela mexicana
que já tive o desprazer de assistir e participar como figurante, ao vivo e em
cores.
As obras estão previstas para
começar em 2015 e terminar em 2 anos, a um orçamento hoje estimado de 187
milhões de reais. Eu tenho muita descrença que o valor e o prazo sejam
cumpridos. São 13 viadutos, uma ponte, 8 passarelas e 22 Km de via marginal,
além, é claro, dos 13,1 Km de pistas duplicadas. Sob um fluxo medido em 2012 de 21 mil veículos por dia... alguém tem curiosidade de conhecer o inferno?
Acho que ficou bem nítida a
diretriz do governo federal em arrecadar com a privatização do trecho paulista para
investir na duplicação dessa BR em outros Estados, relegando aos rio-pretenses o
verdadeiro calvário que é o trecho urbano de Rio Preto. Isso sem falar na
estupides de permitir pedágio em pista simples.
Depois que a Presidenta entregou
2.508 casas do PAC no loteamento Lealdade e Amizade, em Talhado, Distrito que
tem acesso por uma das obras de arte que serão construídas na BR-153 durante sua
duplicação, o trânsito por lá, que já era surrealista, virou kafkiano.
Some-se a isso que somos tratados
como cachorros pela Concessionária Transbrasiliana, que administra o trecho. Já
fiquei por duas vezes, sob o sol do meio-dia, parado por 1 hora por conta de um
simples recapeamento. Depois disso, nunca mais transitei por ela para ir a
Fronteira/MG. Prefiro andar um pouco mais e passar menos raiva indo por
Olímpia.
Cada intervenção da empresa em
qualquer obra nesse trecho demora em média 3 meses. São meses e meses numa
mesma obra. Entre Rio Preto/SP e Fronteira/MG são 70 Km. Como não temos pista
dupla e as terceiras pistas somadas não dão mais do que 1 Km, a viagem dura 1
hora. O mesmo que andar a 70 Km/h do começo ao fim da viagem. Com qualquer obra
da Concessionária pode demorar até o dobro do tempo. Não raro, em menos de 1
ano estão refazendo a mesma obra no mesmo local, atormentando os motoristas por
mais alguns meses.
Além de ter demorado 5 anos para
melhorar a qualidade do asfalto nesse trecho de 70 Km entre Rio Preto e
Fronteira/MG, quem vai pagar por essa duplicação somos nós novamente, pois o
dinheiro virá do PAC – leia-se: dinheiro dos tributos que pagamos – ao invés de
sair do bolso da concessionária.
Talvez a concessionária não
esteja ganhando o suficiente com os 8 milhões de veículos que passaram pelos
pedágios de Onda Verde e José Bonifácio em 2012, segundo dados do Volume Diário
Médio (VDM) da ANTT.
Neste caso, os últimos serão somente
os últimos mesmo.
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