sexta-feira, 12 de setembro de 2014

DUPLICAÇÃO BR-153 EM RIO PRETO/SP

Finamente vão duplicar a BR-153 no Estado de S. Paulo.


Não em toda sua extensão, apenas em algumas partes, como no trecho urbano de São José do Rio Preto. Mas já ajuda bastante.

O nosso trecho paulista da BR-153 é o único que possui pedágio, privatizado pelo governo Lula em fevereiro de 2008, e é o último que vai receber a pista dupla. Muitos outros trechos, nos Estados de Goiás e Tocantins, já são duplicados e não têm pedágio. Os últimos editais preveem a obrigação da concessionária vencedora em duplicar o trecho administrado. Isso não era óbvio?! Parece que não. 

Lá se vão 6 anos de lutas com a concessionária e o governo federal. Uma luta que começou muito antes da privatização feita por Lula, pelo menos 10 anos antes. Nada de novo no nosso Brasil. Tanto que o principal jornal da região há muitos anos começa qualquer reportagem a respeito com o tema “Novela”. Virou a mais longa novela mexicana que já tive o desprazer de assistir e participar como figurante, ao vivo e em cores.



As obras estão previstas para começar em 2015 e terminar em 2 anos, a um orçamento hoje estimado de 187 milhões de reais. Eu tenho muita descrença que o valor e o prazo sejam cumpridos. São 13 viadutos, uma ponte, 8 passarelas e 22 Km de via marginal, além, é claro, dos 13,1 Km de pistas duplicadas. Sob um fluxo medido em 2012 de 21 mil veículos por dia... alguém tem curiosidade de conhecer o inferno?

Acho que ficou bem nítida a diretriz do governo federal em arrecadar com a privatização do trecho paulista para investir na duplicação dessa BR em outros Estados, relegando aos rio-pretenses o verdadeiro calvário que é o trecho urbano de Rio Preto. Isso sem falar na estupides de permitir pedágio em pista simples.

Depois que a Presidenta entregou 2.508 casas do PAC no loteamento Lealdade e Amizade, em Talhado, Distrito que tem acesso por uma das obras de arte que serão construídas na BR-153 durante sua duplicação, o trânsito por lá, que já era surrealista, virou kafkiano.

Some-se a isso que somos tratados como cachorros pela Concessionária Transbrasiliana, que administra o trecho. Já fiquei por duas vezes, sob o sol do meio-dia, parado por 1 hora por conta de um simples recapeamento. Depois disso, nunca mais transitei por ela para ir a Fronteira/MG. Prefiro andar um pouco mais e passar menos raiva indo por Olímpia.

Cada intervenção da empresa em qualquer obra nesse trecho demora em média 3 meses. São meses e meses numa mesma obra. Entre Rio Preto/SP e Fronteira/MG são 70 Km. Como não temos pista dupla e as terceiras pistas somadas não dão mais do que 1 Km, a viagem dura 1 hora. O mesmo que andar a 70 Km/h do começo ao fim da viagem. Com qualquer obra da Concessionária pode demorar até o dobro do tempo. Não raro, em menos de 1 ano estão refazendo a mesma obra no mesmo local, atormentando os motoristas por mais alguns meses. 

Além de ter demorado 5 anos para melhorar a qualidade do asfalto nesse trecho de 70 Km entre Rio Preto e Fronteira/MG, quem vai pagar por essa duplicação somos nós novamente, pois o dinheiro virá do PAC – leia-se: dinheiro dos tributos que pagamos – ao invés de sair do bolso da concessionária.

Talvez a concessionária não esteja ganhando o suficiente com os 8 milhões de veículos que passaram pelos pedágios de Onda Verde e José Bonifácio em 2012, segundo dados do Volume Diário Médio (VDM) da ANTT.

Neste caso, os últimos serão somente os últimos mesmo.

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