ESQUERDA X NEOLIBERAIS no Brasil
Observando alguns comentários
postados na internet, por ocasião da fervura eleitoral, cheguei à conclusão que
esquerda e neoliberalismo brasileiros possuem alguns pontos de vista inegociáveis.
Estou falando da esquerda representada pelo PT, mais light, pois há matizes de esquerda
aqui que estão para o PT assim como o Estado Islâmico está para o resto dos
muçulmanos. Gente pra quem todo o sistema judiciário brasileiro, incluindo a polícia, deveriam simplesmente ser extintos. Com esses sequer é possível um diálogo.
Um exemplo típico de ponto de vista sem esperança de acordo é o grau de
participação do Estado na economia. As privatizações realizadas pelo governo
FHC foram como uma facada no coração dos esquerdistas, mas evolução e progresso
para os neoliberais. Essa dor que se tornou inesquecível para a esquerda, hoje é
dos neoliberais, ao verem o governo investindo bilhões de reais em países economicamente
inexpressivos e alguns até sob ditaduras, com pouco ou nenhum retorno
financeiro para o Brasil, mas que professam uma ideologia melhor descrita como bolivarianismo.
Nem mesmo a esquerda nega que os
prejuízos causados pela corrupção é tanto maior quanto maior o número de
instituições públicas sob controle dos partidos políticos. As que sobraram,
depois das “amaldiçoadas” privatizações da era FHC, estão aí nas manchetes dos
jornais todos os dias. Enquanto esse foi o principal motivo que levou os
neoliberais às privatizações, a esquerda acredita que o benefício pelo uso do
patrimônio dessas instituições, no combate às diferenças sociais, supera os
prejuízos da corrupção generalizada. Ou seja, o benefício supera o custo. Essa é a visão irreconciliável: são
simplesmente opostas.
A esquerda acredita ser
proprietária, sentindo-se no direito de por e dispor de um bem público como se
seu fosse, confundindo a pessoa jurídica com a física. Posição compreensível, já
que os matizes mais encorpados da esquerda sequer reconhecem o direito à
existência de pessoas jurídicas. Já os neoliberais pensam que somos todos
sócios e estamos no usufruto daquele bem, devendo satisfação do destino que
dermos a ele não só aos outros sócios - o resto da população - mas às gerações
futuras.
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