sexta-feira, 12 de setembro de 2014

ESQUERDA X NEOLIBERAIS no Brasil

Observando alguns comentários postados na internet, por ocasião da fervura eleitoral, cheguei à conclusão que esquerda e neoliberalismo brasileiros possuem alguns pontos de vista inegociáveis. Estou falando da esquerda representada pelo PT, mais light, pois há matizes de esquerda aqui que estão para o PT assim como o Estado Islâmico está para o resto dos muçulmanos. Gente pra quem todo o sistema judiciário brasileiro, incluindo a polícia, deveriam simplesmente ser extintos. Com esses sequer é possível um diálogo.

Um exemplo típico de ponto de vista sem esperança de acordo é o grau de participação do Estado na economia. As privatizações realizadas pelo governo FHC foram como uma facada no coração dos esquerdistas, mas evolução e progresso para os neoliberais. Essa dor que se tornou inesquecível para a esquerda, hoje é dos neoliberais, ao verem o governo investindo bilhões de reais em países economicamente inexpressivos e alguns até sob ditaduras, com pouco ou nenhum retorno financeiro para o Brasil, mas que professam uma ideologia melhor descrita como bolivarianismo.

Nem mesmo a esquerda nega que os prejuízos causados pela corrupção é tanto maior quanto maior o número de instituições públicas sob controle dos partidos políticos. As que sobraram, depois das “amaldiçoadas” privatizações da era FHC, estão aí nas manchetes dos jornais todos os dias. Enquanto esse foi o principal motivo que levou os neoliberais às privatizações, a esquerda acredita que o benefício pelo uso do patrimônio dessas instituições, no combate às diferenças sociais, supera os prejuízos da corrupção generalizada. Ou seja, o benefício supera o custo. Essa é a visão irreconciliável: são simplesmente opostas.

A esquerda acredita ser proprietária, sentindo-se no direito de por e dispor de um bem público como se seu fosse, confundindo a pessoa jurídica com a física. Posição compreensível, já que os matizes mais encorpados da esquerda sequer reconhecem o direito à existência de pessoas jurídicas. Já os neoliberais pensam que somos todos sócios e estamos no usufruto daquele bem, devendo satisfação do destino que dermos a ele não só aos outros sócios - o resto da população - mas às gerações futuras.

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